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Amei. Venho pensando muito sobre como escrever sobre o amor hoje. Acho que estamos precisando demais de histórias de amor mais realistas (no sentindo de com mais nuances e menos aversão à ambiguidade) que não caiam nem na armadilha da hiperidealização romântica do amor nem na ironia excessiva que nos protege de dizermos alguma coisa. Vejo particularmente na via da hiperidealização que segue vivíssima nos melodramas um perigo enrome (inclusive político) de nos mantermos presas em repetiões de contos de fadas que têm mensagens bem péssimas para todos os envolvidos, mas sobretudo para as mulheres, que são o público alvo principal dessas narrativas. Mas fugir disso sem ser para dentro dos braços do cinismo total é uma tarefa difícil. Acho que um exemplo bom, mas em outro lugar, é Vidas Passadas. É uma história de amor que envolve os espectadores emocionalmente (quem não chorou, gentchy?), e que não é cínica ou desacreditada no amor, mas sabe que o amor não basta. Olha para o amor de uma forma complexa e ambígua e bonita, reconhecendo a importância da história (e as vidas passadas) de cada um para a possibilidade do encontro. Não foge da vulnerabilidade, mas também nos conta a real: que o desencontro também faz parte do amor, e também dá história boa.

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